sábado, 20 de junho de 2009

...nem sempre podemos ser intocáveis...

E não é que perdi para uma gripinha? Tudo bem que não foi uma gripe qualquer, ela realmente me deixou inválida...com muitas dores no corpo todo, febre, peito carregado...um inferno!
Justo eu que tenho 3 trabalhos e que requerem muita dedicação...foi aí que me dei conta que ainda sou um ser humano normal, como qualquer outro. Não adianta mais querer ser a Mulher Maravilha, porque se eu continuar trabalhando como antes, minha resistência vai ficar baixa e eu vou acabar por doente mesmo...
Mas minha revolta não foi só com a gripe e a minha impotência diante do mundo...foi precisar de atendimento de hospitais públicos...gente...é desumano!!! Na 5ª feira a noite sai do trabalho acabada, de tanta dor no corpo, nas articulações, no ego...e eu e minha Mãe fomos a um hospital público, que fica perto do bairro que eu moro. Assim que chegamos ao hospital, a recepção para fazer o cadastro fica bem na entrada, do lado de fora do hospital mesmo. Fiz minha ficha e deveria aguardar, ali do lado de fora mesmo, no frio, no vento...depois de muito insistir, conseguimos aguardar dentro do hospital. Quando chegamos à outra sala de espera, tinha uns 6 pacientes aguardando para serem atendidos. Todos estavam bem alterados e reclamavam muito do atendimento...eu comecei a ficar com febre, ou seja, mais impaciente e com mais dores pelo corpo...não estava bem para ouvir reclamações alheias e muito menos usar palavras de conforto para os que precisavam.
No meio dessas pessoas, tinha um moço que levou 5 pauladas na cabeça, estava com a ferida aberta e se recusavam atende-lo logo, pois se tratava de um "indigente", ou um "trombadinha", como ouvi por la mesmo. Também tinha uma mulher que vomitava sangue e sua filha adolescente estava desesperada. E tinha também uma moça que dizia muito que Deus deveria ter misericórdia...só não sei de quem em questão... Até que a mulher que vomitava sangue foi perguntar se ia demorar muito para sermos atendidos, e a resposta do enfermeiro foi tão sutil e gentil quanto um tanque de guerra: "Olha Senhora, vai demorar mais umas 2h para serem atendidos...duas horas no mínimo..." Ou seja, não tinha médico de plantão! A moça que orava pela misericórdia divina, estava ali ja fazia 3h...eu fui embora! Desisti mesmo...eu só queria deitar na minha caminha macia naquele momento.
No dia seguinte, fui a outro hospital público, um que fica em um bairro mais distante. Foi outro atendimento, parecia que eu tinha convenio médico...os enfermeiros, recepcionistas e médicos foram extremamente atenciosos e prestativos. Eles são funcionarios públicos como os funcionários do outro hospital, ganham com certeza o mesmo salário, dependem dos mesmos recursos...o nome dos hospitais, inclusive, são praticamente os mesmos, só muda o Sul e o Norte no nome. Mas quais pessoas vão prestar contas a hora que chegarem do lado de lá da vida? Todos nós não é mesmo? Agora, quem está levando o que em sua "mala"? O que o médico que só assinou o plantão no hospital norte e foi embora vai dizer quando perguntarem o que ele fez de bem a humanidade com a profissão dele? E o que o médico que me atendeu no hospital sul vai dizer?
Lembro-me sempre que ouvi um espírita falando uma vez, que as 3 profissões que serão mais cobradas espiritualmente são: médicos, advogados e professores. São as 3 profissões que tem mais responsabilidade com o ser humano...você é um deles? O que você está levando em sua mala?
E se você tem qualquer outra profissão, o que está carregando em sua mala? Já pensou nisso antes? Acho que está mais do que na hora de pensar e encher a sua malinha só com boas atitudes!!!

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